Finalmente, depois de vários adiamentos, ‘Um Lugar Silencioso 2’ teve sua estreia.
Em 2018, Um Lugar Silencioso veio, sob a direção de John Krasinsky e surpreendeu geral com um ótimo filme. E particularmente eu sou muito contra continuação, por que geralmente é bem aquém do primeiro filme; contudo, felizmente esse não foi o caso!
Temos mais uma vez John Krasinsky na direção mostrando todo seu talento e potencial. O filme já começa um flashback, na qual temos uma mostra do primeiro dia do apocalipse, com a invasão das criaturas.
E essa cena é tão bem feita que parece um plano sequência. Ha ali um sincronismo perfeito entre na coreografia entre os personagens da família Abbot, que estão em fuga separadamente, com as demais pessoas que ali figuram . Além disso, essa rápida passagem pelo passado também serviu pra adicionar o personagem do Cilliam Murphy na trama de uma forma fria e calculista (risos)
Temos um corte e voltamos para a imediata parte do fim do primeiro filme, a partir dali temos a saga Emliy Blunt e seus filhos na luta pela sobrevivência. Dito isso, é nesse momento que realmente começa o desafio desse filme, pelo fato de que não dá mais pra contar com o fator surpresa. Então como manter nossa atenção, tensão durante o filme ?
Aí entra a qualidade e inteligência do Krasinsky como diretor. Ele sabe que aqui não dá pra inovar e muito menos inventar algo espalhafatoso. Então ele apostou na simplicidade de algo bem feito. Ao contrário do primeiro longa que a família fica em um plano fechado, só na sua fazenda e saindo raras vezes para buscar mantimentos e remédios, aqui já temos a família em campo aberto, expostos a novos perigos e desafios.
Desafios esses que já encontrados logo de cara. Até por que o filme tem uma hora e meia, então, ele tem realmente que acontecer rápido..mas não me entenda mal, o filme não foi corrido, pelo contrário. Foi tão bem amarrado que não sentimos a hora passar.
Mas enfim, fato é mais uma vez o filme se torna uma experiência totalmente imersiva, muito (obviamente claro) pela passagem, ou mixagem do som como você preferir. Por exemplo. É inevitável você não mergulhar na atmosfera de tensão quando você percebe que há muito mais criaturas do que se imaginava, e momentos de batalha, temos divisões de núcleos em situações parecidas em lugares distintos…e o modo como a transição de uma cena pra outra é feita abruptamente mais de uma vez… é angustiante. Por que chega o momento, em que a garotinha que é surda está sem aparelho, e você emergi junto com ela em uma surdez repentina…e do nada corta pro outro núcleo com som ambiente. Inevitavelmente você se vê preso a trama, torcendo, acompanhando, vibrando, dando conselhos inúteis aos personagens.
Há momentos para possíveis paralelos com o longa anterior, o que ao meu ver não é demérito, muito pelo contrário. Feito no momento certo, é um ótimo recurso e deve ser utilizado, assim como foi.
Quando você vê, temos o clímax do filme e graças a uma conveniência que me incomodou, mas ok. Passo pano, Krasinsky merece. Merece por que é no terceiro ato que os personagens principais e os espectadores tem um choque de realidade, um plot sem tentar ser mais inteligente do que deveria. Por isso eu disse anteriormente, o maior acerto desse filme foi a simplicidade.
Eis que então, chegamos no ápice do longa, que foi o final; na minha concepção foi totalmente satisfatório pelo seu modo abrupto. A partir do momento que a família sai andando sem rumo por aí, eles caem numa armadilha e o garoto sofre um acidente. Eis que o Emmet retorna a cena, levando a família para seu esconderijo.
E ele apesar de salvar geral, prontamente se mostra contra a continuação deles ali, insistindo para que no dia seguinte eles vão embora mesmo com o menino ferido. Neste momento que descobrimos que ele via a fogueira que o Lee fazia, e escolheu não ajudar. Inclusive, da ora notar a dor do personagem, aí entendemos o por que dele querer viver isolado.
Inclusive, uma frase dele me chamou muito a atenção: você não sabe no que as pessoas que sobrevieram se tornaram, mas seu sei. Deu a entender que após as pessoas viravam zumbi ou até sei lá…o próprios monstros , por que não ?!
Enfim, a menina de uma forma inteligente e rápida, cruzou informações que ela já tinha com a letra da música tocada no rádio, veementemente negada pelo Emmet, que argumentava que era só uma música repetida diariamente e não significava nada. Antes de amanhecer a menina foge, porque percebe que a letra da música pode ser um indicativo de que há sobreviventes após o mar . Temos uma ótima cena de tensão nessa parte, que me deu um baita susto
Isso Krasinsky nem precisou usar Jumpscare pra tanto…a direção dele te induz a vivenciar a mesma experiência do personagem. Então se torna inevitável você não se assustar junto com. De todo modo, temos aí a divisão de núcleo, com o Tommy Shelby na vibe do The Last of Us agora, e a Emily, cuidado do bebê e do filho machucado.
Achei legal o momento que a Emily passa na ponte e deixa a aliança, já que o marido não teve um funeral, um túmulo, é como se deixar a aliança a cima da cova do filho deles fosse o encerramento do ciclo, do arco do personagem.
Nesse meio tempo, estamos entre a conclusão do segundo ato e o início no terceiro, no qual o garoto fica curioso e acaba mexendo no que não devia, faz barulho ao se assustar com um corpo meio que zombificado, que pode ser a esposa morta do Emmet,e talvez tenha algo a ver com o que o mesmo disse sobre os sobreviventes; fato é que isso faz com que outra criatura surja colocando as crianças em risco. Paralelamente a isso,Emmet e a garota acharam um barco, porém se depararam com forasteiros.
Em um ato de coragem e inteligente, cm faz um sinal mostrado no início do filme , mostrando que é pra surdina pular. E ela pula , na mesma hora chega outra criatura que sai matando todo mundo, menos o Emmet que pulou na água.Eles conseguem embarcar e fugir, já que as criaturas não sabem nadar, aparentemente eles estão salvos. Ei aí vem o grande choque.
Temos civilização vivendo normalmente, sem as criaturas monstruosas e assassinas por perto. E a perplexidade que se passa no rosto do Emmet com certeza foi replicada pelos espectadores
Aí chegamos onde eu não gostei…uma criatura simplesmente aparece de barco e atraca onde eles estavam. Obviamente ela sai matando quem ela escuta pela frente, mas cara…uma criatura ia num barco desligado e chegar lá magicamente, sem saber guiar um navio? Ok, deixando isso de lado, o terceiro ato chega aí seu ápice com um cenário próximo porém distinto e ainda sim interligados.
A desbravadora dupla vai para a torre de rádio tentar usar o aparelho da garota que causa um incomodo quase fatal nas criaturas, ao mesmo tempo que temos uma cena com a mãe do ano, explodindo um cilindro de oxigênio, causando um pequeno incêndio pra ativar o alarme. Conforme a água cai, mascada o som . Lembrou a cena do primeiro filme no qual o Krasinsky tá na cachoeira com seu filho gritando
Enfim, temos um enfrentamento mútuo entre criaturas e protagonistas e quando tudo está praticamente perdido, a surdina consegue conectar seu aparelho e transmitir essa frequência fatal. Em uma cena belíssima, cada criança mata uma criatura e filme acaba do nada. E eu amei isso, pois ele foge do conceito, do padrão de um final comum e adiciona elementos para uma próxima continuação..
Um lugar silencioso 2 é um filmaço que só me incomodou realmente nessa questão de uma criatura cega e inumana subir num barco e chegar magicamente na civilização. E aquela fala do Cillian Murphy sobre os sobreviventes…achei uma ponta solta do roteiro…ou era algo que foi plantando para o próximo filme .
Fato é que num contexto geral o filme mantém a qualidade do primeiro, consegue amarrar quase todas as pontas e traz uma experiência muito legal. Assistam no cinema ou com um bom fone de ouvido. Diante de tudo isso, classifico um lugar silencioso 2 com a nota :
Por fim, não deixe de conferir.
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