“Gato de Botas”, disponível na Netflix, é uma prequência (prequel) da clássica animação “Shrek” que roubou os holofotes por anos. A partir de 2001, “Shrek” e seus personagens ganharam uma popularidade gigantesca, mas foi a partir do segundo filme onde os coadjuvantes ganharam mais atenção. Dito isso, vendo o potencial dos personagens, a DreamWorks resolveu investir em um filme solo do Gato de Botas. Além disso, a Netflix tem direitos sobre o Gato de Botas originando uma série e ao primeiro filme interativo da plataforma.
Junto ao seu parceiro Humpty Dumpty, o Gato de Botas sonha em capturar a gansa dos ovos de ouro, mas pra isso precisa roubar os feijões mágicos pra chegar ao castelo do gigante onde vive o animal.
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O cinema como um todo deve muito ao universo “Shrek” e a como eles mudaram a visão sobre os contos de fada. Assistir a filmes ou ouvir histórias tendo uma base praticamente igual, desfeichos e estruturas copiadas umas das outras gera e gerava um sentimento de mais do mesmo. Variar, inovar e trazer novas histórias ou pontos de vistas sobre uma história datada é onde está a boniteza, das coisas. Em suma, “Shrek” foi um marco estritamente bonito e evolutivo do cinema, principalmente nas animações. Então, teoricamente, o seu universo foi fechado e bem amarrado, sendo assim, em termos de narrativa, não era necessário a existência de spin-off’s. Não existiam pontas soltas, então o filme aqui apresentado foi feito pensando nos fãs da franquia e, especialmente, no lucro.
Vale a pena?
Financeiramente, foi uma jogada de gênio, mas quando olhamos para o universo em si, os riscos que os produtores tiveram é maior do que os seus possíveis ganhos. De qualquer forma, aceitaram os riscos e realizaram a produção. Primeiramente, é impossível separarmos esse filme dos outros, as comparações são inevitáveis, tanto por mim, quanto pelo resto do público. Dessa forma, já afirmo com segurança que é o pior filme da franquia. Queria que essa frase fosse um pouco menos pesada, mas é uma franquia de clássicos, elevar o nível delas é um trabalho que ninguém, em minha opinião, conseguiu. Mesmo sendo o menos bom da franquia, o filme tem seus acertos.
O principal é a cultura espanhola na trilha sonora e a presença do Antonio Banderas no filme, já que o personagem bebe na fonte do seu zorro. Tudo isso caminha para uma trama diferente dos outros filmes, tendo aquela história famosa de “grande roubo”, presente em muitos outros. Mesmo tendo bons diferenciais, isso não torna o filme inesquecível, mas o que negativa a nota dessa produção são as facilitações do roteiro. É natural que isso aconteça, principalmente em filmes com público infantil, mas isso os distancia demais da qualidade que foi trazida pelo “Shrek”. O filme produziu uma alta bilheteria e trouxe bons lucros pros estúdios e a sua história merece ser assistida, mas fica no ar um gostinho de que tudo isso poderia ser melhor, mais bem feito. Faltou capricho, faltaram detalhes, faltou atenção. Talvez tenha faltado dar importância à franquia que o filme trazia nas costas.
Ficha Técnica
Título original: Puss in Boots
Direção: Chris Miller
Duração: 97 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura/Comédia
Ano: 2011
Classificação: Livre para todos os públicos
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