Crítica | Round 6: O Desafio (Netflix)

“Round 6: O Desafio”, produção da Netflix, foi lançado recentemente e, assim como sua antecessora, está fazendo um sucesso esmagador. A partir dos jogos e dinâmicas realizados em “Round 6”, a Netflix trouxe, em formato de Reality Show, a mesma dinâmica pra nós.

“Round 6: O Desafio é um reality show britânico de dez episódios baseado em Squid Game, o drama sul-coreano. O programa apresenta 456 jogadores competindo por US$ 4,56 milhões, o maior prêmio em dinheiro da história dos reality shows.”

Vale a pena?

Apesar das duas produções serem sucessos estrondosos, toda escolha envolvendo o formato de como a série será lançada fará diferença em como o público interpreta. Dessa forma, pra essa proposta, uma série fictícia faz muito mais sentido do que um Reality Show. Realities são produções focadas na imersão, trazendo uma visão mais íntima sobre os voluntários e como eles agem em situações moralmente polêmicas. Dito isso, Realities que focam em situações tão extremas fazem com que os espectadores não se envolvam tanto quanto poderiam.

Agora, portanto, também é necessário ressaltar a diferença entre os Realities. O Big Brother Brasil é o maior Reality do país e as pessoas assistem num formato de live. Câmeras estão 24 horas ligadas durante meses e, se algo estiver ensaiado ou estipulado, acontecerá com menos frequência e com um controle muito menor. Contudo, temos um clímax a cada fim de episódio, pessoas (personagens) com uma personalidade muito forte e, por fim, vilões e mocinhos fortemente estabelecidos. Portanto, a chance de haver um roteiro forte trabalhando nos bastidores é muito grande.

Junto a toda edição que a série mostra, o formato de Reality Show escolhido por “Round 6: O Desafio”, da Netflix, perde sua força e sua principal ideia: Imersão. Quando temos a sensação de que tudo aquilo foi roteirizado, o elemento imersivo e surpreendente se perde. Justamente pelo fato de já haver uma produção roteirizada e fictícia, temos anseio em ver uma série com um teor de realidade. Sendo assim, quando sentimos em certos momentos que tudo aquilo pode ser real, é onde a série acerta. Infelizmente, não são muitas vezes.

Finalmente, mesmo tomando péssimas decisões nos bastidores, a ideia e a produção em relação a infraestrutura são feitas de forma quase perfeita. Se alguém acreditar, irá aproveitar muito bem a obra.