Crescer não é brincadeira: Filme “Sessão da tarde”

Crescer não é brincadeira: Filme “Sessão da tarde”

Seguindo na sua estratégia de investir em projetos estrangeiros, desta vez a Netflix resolveu dar uma chance ao cinema polonês. Financiou um longa-metragem 100% da Polônia, desde os atores até o idioma, e lançou no seu catálogo nesta semana. O resultado desta empreitada da Netflix foi o longa “Crescer não é brincadeira”, uma produção polonesa feita para a família assistir toda junta numa tarde de domingo.

Vibe sessão da tarde

A narrativa segue a vida de Waldek, uma criança que é fissurada por videogames, e que conseguiu transformar o sua paixão em oportunidade, conseguindo participar de vários campeonatos profissionais e se tornando um gamer de renome.

Mas apesar de seu sucesso, ele leva uma vida reclusa, sendo uma criança introvertida, mimada e borocoxô, não tendo muito contato com o mundo exterior. Mas tudo isso muda quando a sua mãe acaba ficando seriamente doente, e com isso Waldek se ve obrigado a morar com a sua titia. E como podemos deduzir facilmente por esta sinopse, todo o enredo consiste na tia ensinando o sobrinho as maravilhas fora do videogame e do sobrinho mostrando para a tia o outro lado da moeda. E paralelo a isso os dois se ajudam a lidar com a notícia da doença da mãe.

O clássico filme sessão da tarde. Um feel-good movie que segue a cartilha a risca. Não se preocupa em inovar em nada, pelo contrário, apresenta vários clichês do gênero. Mãe doente, filho tímido, parente maluca, aventuras inusitadas, criança lidando com a puberdade, paixonites, entre outros.

Mas isso tão somente não torna o longa ruim ou medíocre. Pois ele sabe usar muito bem tais artifícios, conhecendo bem quando introduzi-los e em que dosagem. A maioria das obras do gênero não sabe dosar tais elementos, deixando por muitas vezes a narrativa desequilibrada, maçante ou desinteressante.

Crescer não é brincadeira é o oposto disso.

O poder da humildade

Os roteiristas não estavam querendo criar um clássico do cinema que perdurará para sempre nos anais da academia. Eles só queriam contar uma história bonitinha e entreter quem assiste. E eu como crítico, elogio demais essa atitude.

A maioria dos cineastas são deveras pretenciosos com o seu produto. Eles sempre tentam glorificar a sua obra como se fosse algo demasiadamente subversivo ou singular, quando na verdade ela não passa de mais um filme entre vários.

“Crescer não é brincadeira” é um filme entre vários, principalmente no catálogo da Netflix. Mas ele tem conhecimento disso e não se envergonha de abraçar este estigma. E tal humildade em aceitar o que é e não brigar contra a própria natureza é o que torna este projeto tão singular.

Tal obra é como um prato de arroz e feijão. Simples, clichê e humilde, mas gostoso, bem preparado e que mata a sua fome. É melhor cozinhar um arroz e feijão gostoso do que tentar fazer um prato 5 estrelas e entregar algo horrível.

Cof…Cof…O apocalipse do amor…Cof…Cof

Conclusão

No mais é isso. As atuações foram competentes, a trilha sonora foi bem utilizada, a cinematografia não inovou, mas foi muito competente e combinou com o gênero e a atmosfera do projeto, não tem muito o que falar.

Eu não vou dar ao filme 5 estrelas obviamente, pois ele é demasiadamente simples e comum para isso, mas eu lhe dou pontos por não ter vergonha de ser uma dramédia clichê e assumir com orgulho o seu estigma de sessão da tarde.

Se você gosta de produções deste estilo, pode dar Crescer não é brincadeira uma chance. Não vai te marcar nem nada assim, mas é certeza de diversão e entretenimento. E quem sabe até algumas lagrimazinhas.

Avaliação: 3.5 de 5.

Ficha Técnica

Criado por: Kristoffer Rus e Agnieszka Dabrowska
Duração: 106 minutos
País: Polônia
Gênero: Drama e comédia

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