‘Ted Bundy: A Confissão Final’, filme que chegou recentemente ao catálogo da Netflix, junta-se a uma longa lista de obras sobre a vida de Ted Bundy (Luke Kirby), um dos mais famosos assassinos em série da história. No entanto, diferente de muitas obras anteriores, este filme escrito por Kit Lesser e dirigido por Amber Sealey tenta não se beneficiar do mito do psicopata charmoso e brilhante e, principalmente, tenta não colocá-lo em um pedestal. A forma que Ted Bundy: A Confissão Final tenta contornar isso é basicamente apresentando o período em que ele um tanto quanto desesperado buscando formas de se livrar ou adiar a cadeira elétrica.
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A saber, Ted Bundy: A Confissão Final baseia-se nas lembranças do agente especial do FBI Bill Hagmaier (Elijah Wood) e nas gravações de suas famosas conversas com Ted Bundy de 1984 a 1989. Intuito dessas conversas eram, além de conseguir extrair algum tipo de informação – ou até mesmo uma confissão, traçar os perfis de alguns dos mais cruéis assassinos em série para ajudar o FBI a pegá-los no futuro.
Abordagem perigosa
Apesar de não se render – tanto – a mitologia que cerca o famoso serial killer, Ted Bundy: A Confissão Final navega por um pensamento muito mais perigoso, na sugestão de que Hagmaier – ou qualquer outra pessoa – poderia ter sido Ted Bundy com algumas escolhas de vida diferente. Essa abordagem de que psicopatas e assassinos em série são mais parecidos conosco do que gostaríamos de acreditar, é comumente utilizadas em obras dramáticas em que eles estão presentes, como as do personagem Coringa. E, além de ser um pensamento perigoso e sombrio, também não é científico.
Boas atuações
O filme funciona em 90% do seu tempo colocando seus dois protagonistas sentados um na frente do outro deixando-os se chocarem intelectualmente. Esse são os pontos fortes do filme, pois mostra a brilhante performance de Luke Kirby dando vida à uma mente perversa, encontrando o equilíbrio certo entre o charme e ameaça que identificava Bundy. Elijah Wood também um bom trabalho em interpretar um investigar que também transitava na dicotomia de ser astuto e ingênuo.
Ademais, a direção de fotografia dinâmica – na medida do possível – também contribuiu para mostrar as várias faces de Bundy, enquadrando-o de formas que pareça agressivo mesmo em conversas mais calmas. Criando uma sensação de ameaça, mesmo que ela não exista.
Em suma, a única coisa que salva em Ted Bundy: A Confissão Final é a boa atuação de seus protagonistas. No geral, o filme acaba afundando nas sombras de tantos outros projetos semelhantes e até superiores sobre Ted Bundy. Ou seja, Ted Bundy: A Confissão Final é superficial e não contribui o suficiente para a discussão sobre o serial killer em questão.
Trailer de Ted Bundy: A Confissão Final
Ficha Técnica
Título original: No Man of God
Disponível em: Netflix
Direção: Amber Sealey
Roteiro: Kit Lesser
Elenco: Elijah Wood, Luke Kirby, Aleksa Palladino, Robert Patrick, W. Earl Brown,
País: EUA
Gênero: Biografia, policial e drama
Ano: 2021
Classificação Indicativa: 14 anos
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