‘Carter’ não passa de um filme de ação exagerado e exaustivo

‘Carter’ não passa de um filme de ação exagerado e exaustivo

Carter, novo filme de ação sul-coreano da Netflix, começa com seu protagonista – cujo nome intitula o filme – acordando em um quarto ensanguentado, completamente sem memórias, apenas com uma voz feminina em sua cabeça, que diz que ele deve confiar e obedecer ela, pois, caso contrário, ele morrerá, já que há um explosivo em sua boca. Ao fugir do quarto em que acordou, Carter se vê em meio a uma pandemia que está transformando humanos em assassinos violentos. A missão dele é clara: resgatar a filha sequestrada de um médico que descobriu uma vacina para o vírus e transportá-la com segurança até a Coreia do Norte.

Carter eleva a violência sangrenta e desenfreada tipicas do gênero de ação à enésima potência. Inclusive, ele engana seu telespectador, pois sua primeira grande cena de ação é extraordinariamente bem coreografadas, a violência é extrema e muito sangrenta – quase psicodélica – e a fotografia também é de tirar o fôlego. Porém, todo os indícios de um excelente filme de ação deixados por essa cena, caem por terra, por causa de algumas escolhas criativas altamente questionáveis.

Escolhas bizarras

A primeira delas é a tentativa bizarra e mal sucedida de filmar o longa de uma forma que parece um plano sequência única, quando ele claramente não é, além de os cortes serem extremamente perceptíveis, apesar de camuflados. Essa escolha quase que incompreensível traz outra característica bizarra ao filme: duas horas de ação desenfreada, inacabável e muito exaustiva. Não seria um grande exagero dizer que o longa possui mais corpos ensanguentados no chão do que palavras em seu roteiro.

Por causa disso tudo falta algo essencial nesse filme: um enredo com substância. Tudo em Carter é superficial e mal desenvolvido, incluindo a trama e os personagens. Enquanto assiste o filme, o telespectador se pegará inúmeras vezes muito mais confuso do que o próprio protagonista, simplesmente não sabendo o que está acontecendo. Isso se deve principalmente ao uso demasiado do clichê do agente duplo, triplo, quádruplo etc.

Exageros

Além disso, outro aspecto exaustivo do filme é o uso excessivo de cenas filmadas por drones. De fato, as primeiras cenas filmadas utilizando a técnica foram extremamente empolgantes e interessando. Porém, o seu uso demasiado fez a fotografia do filme – a priori, uma surpresa agradável – se tornar completamente decepcionante, superficial e até irritante.

Portanto, não é um equívoco dizer que cenas de ação são o maior ponto positivo, mas também o maior ponto negativo de Carter. Sem dúvida, empanturrar o telespectador com grandes cenas de combate é bom método de entretenimento entorpecente. No entanto, o filme exagera até para esses parâmetros, tornando-se extremamente cansativo. Acima de tudo, falta a Carter um enredo substancial, uma trama coerente e personagens bem desenvolvidos. Ou seja, tudo que caracteriza um bom filme.

Avaliação: 2 de 5.

Trailer de Carter, novo filme da Netflix

Ficha Técnica

Título original: Carter
Disponível em: Netflix
Direção: Byung-gil Jung
Roteiro: Byung-gil Jung e Byeong-sik Jung
Elenco: Joo Won, Kim Bo-Min, Sung-Jae Lee, Mike Colter, Camilla Belle
País: Coreia do Sul
Gênero: Ação e suspense
Ano: 2022
Classificação Indicativa: 18 anos

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