O Enigma de Outro Mundo (2011) é uma ofensa para John Carpenter

O Enigma de Outro Mundo (2011) é uma ofensa para John Carpenter

A Antártida é um ótimo cenário para um filme de terror. Você está no canto mais remoto, desolado e mortal do planeta, onde o clima pode mudar de humor com a queda de um chapéu, onde você pode congelar até a morte antes que perceba e onde, se algo der errado, você está apenas ferrado, simples assim.

Tendo sido lançado em 2011, O Enigma de Outro Mundo é um prelúdio do clássico de 1982, com o mesmo nome, dirigido por John Carpenter (um dos maiores diretores do gênero de terror da história do cinema), e que agora integra o vasto catálogo de filmes da Netflix.

No longa, depois que pesquisadores noruegueses descobrem uma nave alienígena enterrada no gelo, a paleontóloga Kate Lloyd (Mary Elizabeth Winstead, de Premonição 3) se junta à equipe no isolado posto avançado do Ártico para investigar. Ela encontra um organismo que parece ter perecido no acidente eras atrás, mas, na verdade, está prestes a acordar.

Libertada de sua prisão gelada, a insidiosa forma de vida parte para o ataque. A paranóia se espalha como fogo entre a tripulação enquanto eles lutam para sobreviver contra uma criatura que assume as formas de suas vítimas.

Uma ofensa para John Carpenter

Cara, O Enigma de Outro Mundo (The Thing) sempre me assustou quando criança. Eu o vi novamente alguns meses atrás e pude apreciar um pouco mais seus aspectos técnicos – a trilha sonora assustadora, a maestria do diretor John Carpenter em elevar a tensão a um nível que quase parece perverso – mas, quando criança (ou talvez um pré-adolescente), parecia colocado na terra apenas para me fazer molhar as calças.

O clássico de 82 foi basicamente um filme sobre um grupo de pessoas presas juntas em uma sala e, em algum momento indeterminado, uma delas (e você não tem ideia de qual) vai explodir em sangue e bile e se transformar em um terrível alienígena do espaço (e o melhor é que isso podia acontecer a qualquer momento e com qualquer pessoa).

O efeito de observar o grupo tentando descobrir qual é o “outro” enquanto nós, o público, saber que mesmo os líderes do grupo podem ser o “outro” – é universalmente atraente.

John Carpenter quis explorar medos muito reais, principalmente na América no começo dos anos 1980. Com o país ainda lambendo as feridas após a derrota no Vietnã, e lidando com uma nova realidade individualista e egocêntrica trazida pelo governo Reagan, O Enigma de Outro Mundo materializou esses temores de forma visceral e explícita.

Este remake de 2011 esquece tudo isso. Ele só quer ser um filme de monstros tradicional, no qual prendemos um grupo de pessoas em um local distante e os vemos tentar sobreviver.

Vale a pena?

O Enigma de Outro Mundo por mais que pareça terrível, não é (ok, talvez seja), mas também não é particularmente notável.

O filme é basicamente apenas um “Boo!” após o outro, que funciona em nível primal no primeiro tempo, mas começa a se tornar repetitivo e previsível no final.

Não é possível comparar com o filme que o inspirou, mas se você ainda não viu a versão de 1982, deve considerá-lo razoavelmente inofensivo, embora com um clímax cada vez mais idiota. O longa nunca fará jus à versão de Carpenter, embora seja divertido o suficiente, graças a uma excelente performance de Mary Elizabeth Winstead e alguns visuais satisfatórios.

Embora o longa tenha disparado ao top10 da Netflix nesta semana, O Enigma de Outro Mundo tende a ser uma produção que rapidamente cairá no esquecimento do público (mais uma vez).

Confira o trailer de O Enigma de Outro Mundo (2011)

Avaliação: 1.5 de 5.

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Ficha Técnica

Direção: Matthijs Van Heijningen Jr.
Roteiro: Eric Heisserer
Duração: 103 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Ficção científica e terror
Ano: 2011
Classificação: 16 anos

One thought on “O Enigma de Outro Mundo (2011) é uma ofensa para John Carpenter

  1. Esse de 2011 é realmente inferior ao de 1982, mas você deixou de falar do final espetacular, que é o começo do filme de 1982, não sendo, portanto, um remake, mas uma continuação inversa, narrando momentos que se passaram na base norueguesa, os quais antecedem a chegada do alien (como cachorro) na base americana.

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