Retorno, o novo filme da Netflix, é a conclusão de uma trilogia de películas argentinas de suspense policial que começou em 2018.
Não, eu não vi os outros 2 filmes, e sim, eles fizeram uma certa falta para que eu entendesse melhor este terceiro, principalmente o seu início. Mas tirando esses meus problemas de entendimento nos primeiros 20 minutos, no final das contas, os antecessores dessa obra não fizeram falta. Tanto é que eu só fui descobrir da existência deles depois que eu já tinha terminado de assisti-lo.
Não me entenda mal, o ideal seria ver os outros dois filmes antes desse, para que se compreenda melhor o contexto por trás da história e dos personagens deste terceiro. Mas caso você queira pular os outros 2 e vir direto para esse, você também pode sem grandes problemas.
E após assistir esse filme, “Retorno”, na Netflix, eu lhes digo o seguinte: Caso o primeiro e segundo filmes dessa saga sejam similares ao seu capítulo final, então me surpreende muito que eles tenham sido aprovados pelos seus produtores, quanto mais gestado uma trilogia.
Retorno é cansativo, sem inspiração e sem vida. Um suspense que não é intrigante, e que estraga qualquer momento de maior tensão de sua história com sua atmosfera desnecessariamente novelesca.
Eu aplaudo os seus criadores por terem se aventurado em um gênero tão nichado quanto este. Mas infelizmente apenas coragem e força de vontade não transformam magicamente um longa-metragem em algo bom. É como dizia o meu avô, de boas intenções o inferno tá cheio. E esse filme possui uma boa intenção, que é a de contar uma história instigante de uma maneira intimista. Mas na prática o que conseguiu foi contar uma história confusa de uma maneira novelesca.
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Os problemas na execução
Todas as qualidades desta produção residem no que ela tentou fazer e não no que ela fez.
Ela tentou fazer um estudo de personagem no decorrer de um suspense investigativo. No papel, ótima ideia. Mas na prática, pareceu mais um capítulo longo de uma novela das 6.
Ela tentou criar um suspense investigativo que nos prendesse até o fim. No papel, ótima ideia. Mas na prática, eu perdi o interesse no meio do segundo ato.
Ela tentou desenvolver uma atmosfera contemplativa, onde o ambientação seria parte fundamental de sua narrativa. No papel, excelente ideia. Mas na prática, eu não comprei tal proposta
Quase tudo que envolve a narrativa deste longa se resume à isso. Uma boa ideia que foi pessimamente executada. E tal execução defeituosa limou o potencial de todo o projeto, que conta com uma direção de qualidade, uma fotografia competente e atuações de bom nível técnico. Mas ter tudo isso sem uma boa trama para acompanhar é que nem ter uma capa de celular de ouro, mas não ter um celular.
Essa película se resume a, como diria o mestre Lulu Santos: “Uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer”
Entretanto…
No final de tudo, eu não gostei deste no filme da Netflix (Retorno). Mas mesmo assim, eu aconselho à você, leitor, a dar uma chance para esse filme caso tenha se interessado pela premissa, e goste de obras com um teor mais novelesco.
E eu digo isso por 3 motivos:
1- Ela é uma obra extremamente subjetiva, e por isso as experiências dos espectadores podem variar bastante a depender do gosto pessoal de cada um deles
2- Como eu não vi os primeiros 2 filmes, eu estou longe de ser a autoridade máxima acerca da qualidade desta franquia
3- Mesmo não sendo lá essas coisas, é muito mais bem feito que a maioria dos originais Netflix que vem de outros países como Turquia e Polônia.
Este longa não me agradou nem um pouco, mas mesmo assim eu não tenho segurança em bater o martelo quanto à baixa qualidade dele justamente pelo seu caráter altamente subjetivo. Não é porque eu não compreendi a razão da Netflix ter feito uma trilogia deste universo que quer dizer que todos não compreenderam. Seria deveras arrogante acreditar que a minha experiência é a única que vale.
E pra quem acha que eu admitir isso pode até parecer fraqueza…
Pois que seja fraqueza então.
Ficha Técnica
Título original do filme: Pipa
Direção: Alejandro Montiel
Roteiro: Florencia Etcheves, Alejandro Montiel, Mili Roque Pitt
Duração: 116 minutos
País: Argentina
Gênero: Suspense
Ano: 2022
Classificação: 16 anos
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